Brasil é criticado pela Organização Mundial da Saúde por ser campeão de cesáreas

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios A Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o Brasil como o líder em cesáreas e alerta que o aumento da prática em partos se transformou […]

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios

A Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o Brasil como o líder em cesáreas e alerta que o aumento da prática em partos se transformou em uma “epidemia”. A declaração foi feita em Genebra, em uma tentativa de convencer médicos, hospitais e mulheres a repensar o parto.
 
Segundo dados da OMS, a taxa ideal de cesáreas seria de 10% a 15% dos partos. Em 20 anos, todas as regiões do mundo registraram um aumento nos casos de cesáreas. Em média, a taxa de cesáreas na Europa é de 20% a 22%, contra 15% há 20 anos. Já nos Estados Unidos, a taxa é de 32,8%. Pelo banco de dados da OMS, que de fato não consegue incluir todos os países por falta de informação, a Colômbia apresenta um número elevado, de 42%, contra 43% na República Dominicana. No Chipre, a taxa chegou a 50%, contra 47% no Irã.
 
Sobre o Brasil, a OMS não poupa críticas. “O Brasil é o líder mundial”, informou Marleen Temmerman, ginecologista e diretora de Saúde Reprodutiva na OMS, ressaltando que o índice no país supera a metade dos nascimentos. Hoje, apenas dois países do mundo vivem essa situação em que partos naturais são minoria. O outro é o Chipre.
 
Campeão de cesáreas
Dados da OMS de 2011 mostram que 53,7% dos partos no Brasil eram cesáreas, a maior taxa do mundo. As estimativas, porém, apontam que ao final de 2014 a taxa já teria chegado a 55%. Existem diversas razões razões para o aumento da prática como a segurança com o uso de antibióticos e anestesia.
 
Mas a diretora da OMS culpa os médicos e hospitais por ter dado início à “epidemia”. “Quando há a medicalização dos partos, vemos um aumento das cesáreas”, disse. “Para um ginecologista, é melhor fazer cesáreas para que possam organizar suas agendas e hospitais puxam nessa direção para que tenham uma agenda determinada”, explicou. “É uma questão logística, não financeira.”

Cultura
Outro alerta da OMS é de que as práticas passaram a fazer parte da “cultura” de certas classes sociais. “Precisa haver uma conscientização de que, apesar de segura hoje, trata-se de uma intervenção cirúrgica que pode ter impacto negativo para a mãe e a criança”, analisou a especialista.